O dia oficial de São Pedro, foi marcado pela apresentação de quatro quadrilhas matutas. Os grupos se concentraram na praça da Sé, incluindo um, formado apenas por tapioqueiras. Elas que comercializam a tradicional iguaria: a tapioca. Também passaram a vender milho, canjica e pamonha; a variação no cardápio fez parte das homenagens que a Associação das Tapioqueiras, com o apoio da Prefeitura de Olinda, realizou para o período junino de 2007.
“Algumas das vendedoras estão tímidas, mas estamos confiantes de que a nossa quadrilha vai fazer bonito”, afirmou Sandete Ferrão, presidente da Associação.
Após ganhar o registro de patrimônio imaterial, oferecido pelo Conselho de Preservação do Sítio Histórico, a tapioca vendida no Alto da Sé, continuou recebendo atenção especial. A prefeitura do município, em parceria com o Sebrae, realizou o curso de atendimento ao cliente para um grupo de 47 tapioqueiras.
O curso foi ministrado por um instrutor do Sebrae, com entrega de certificado ao final. No encontro eram trabalhadas técnicas de como abordar e tratar o cliente, arrumação do produto nas barracas, apresentação pessoal, além de outros pontos.
“Um bom trabalho de atendimento ao cliente é fundamental para deixar uma impressão positiva nos turistas e visitantes de Olinda”, explicou o analista do centro de resultado de turismo e cultura do Sebrae, Alexandre Ferreira.
As tapioqueiras já participaram também, do Programa de Alimento Seguro, realizado pelo Ministério do Turismo que aconteceu nos meses de julho e agosto de 2006.
“A tapioca de Olinda é uma atração turística e todo esse trabalho de capacitação é positivo para as vendedoras e para os próprios clientes”, explicou a diretora de Turismo do município, Juliana Rezende
No Dia do Folclore, dia 22 de agosto de 2006 a Prefeitura Popular de Olinda e o Conselho de Preservação do Sítio Histórico fizeram o registro da tapioca como patrimônio imaterial e referência cultural da cidade. A partir da necessidade de grupos culturais de se proteger os elementos impalpáveis, imateriais ou efêmeros, a prefeita Luciana Santos (na foto a cima juntamente com as tapioqueiras), junto à algumas autoridades do município realizaram, uma sessão especial ao ar livre no Alto da Sé, para registrar a iguaria de herança indígena tão famosa na região.
Além do registro, as tapioqueiras receberam um fardamento padrão, escolhido como o uniforme que mais representa a cara de Olinda através de uma votação realizada no ano de 2005.
As tapioqueiras atenderam os turistas com a nova roupa, criada pela estilista olindense Joana Gatis. As barracas das profissionais tiveram nova pintura. A ação teve intenção de fortalecer os atrativos da culinária da cidade.
A tapioqueira Dona Edite, que já trabalha na Sé há mais de 20 anos, não escondeu a felicidade. “Estávamos lutando pela padronização há algum tempo e agora ela chegou. Gostei muito da nossa roupa, pois aqui é nosso local de trabalho, onde tiramos o sustento para criarmos nossos filhos. Nunca vi a tapioca ser tão falada, nunca ela foi tão badalada”, comentava contente.
Quem costuma comer a tradicional tapioca da Cidade Alta, tem um motivo a mais para confiar na qualidade dessa iguaria tão famosa em nossa região. Em parceria com a Prefeitura de Olinda, o Programa de Alimentos Seguros (PAS), ministrou no ano de 2006, cursos de segurança na preparação alimentícia para as tapioqueiras da cidade. Foram 21 horas de curso. O cronograma envolveu aulas e visitas de vistoria aos pontos de venda das tapioqueiras. Qualidade da água, higienização dos utensílios, armazenamento e manutenção dos alimentos, combate às pragas e reaproveitamento de sobras foram alguns dos assuntos debatidos, entre outros.
Conveniado ao Ministério do Turismo, o PAS visa difundir e apoiar a implantação das Boas Práticas de Fabricação (BPF) e o sistema de Análises de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC); versão brasileira do internacionalmente conhecido Hazard Analysis and Critical Control Point (HACCP), utilizado na produção de alimentos de qualidade e seguros à saúde.
A cidade de Olinda foi fundada em um monte ao norte do Rio Beberibe, entre a costa e a Zona Norte com as características plantações de cana de açúcar. Discute-se até hoje quando foi exatamente que isso ocorreu - se em 1535 ou 1537. 0 curioso é que, se a História não guardou com precisão nem mesmo o ano da efeméride, a memória popular garante que sabe exatamente quais as palavras proferidas por Coelho ao chegar ao local: "Oh! Linda situação para uma vila", teria exclamado ele, de onde derivou, para sempre, o termo Olinda, estranha mistura de interjeição com adjetivo, mas sonoro nome próprio para uma cidade.